2008-09-25

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Compre a edição desta semana da revista "Visão" e leia o painel "O fim do capitalismo?" (página 67). As opiniões de Belmiro de Azevedo, Pedro Arroja, João Duque, João César das Neves, entre outros.

2 comentários:

Pedro Gil disse...

Bom dia, gostava de vos colocar duas perguntas:

1) Relativamente à importância da informação -- Como a informação tende a estar acessível a todos, o mercado é aproximadamente imprevisível e browniano.

Mas mercados mais recentes como o do Iraque ou a futura bolsa de Angola deveriam ser muito menos maduros e por isso muito mais previsiveis para um especulador e mais fácil de ganhar dinheiro. Da mesma forma os EUA
deveriam ser o mais dificil. Não?

Porem, pelo que percebo, a maior parte dos especuladores (Como a PedroArroja certo?) move-se principalmente nos mercados mais maduros. Porquê?

2) Nos últimos dias com quase toda a gente a comentar a crise dava claramente a ideia que o mercado estava em queda. O Apollo por exemplo apostou sempre em curtas. Imagino que todos (a maioria claro) os especuladores o tenham feito não? Se sim, quer isto dizer que as empresas mesmo (Microsoft, Sony, BCP, Wal-Mart etc (estou a falar de cor)) perderam valor em acções mas a maioria dos especuladores ganhou?

Muito obrigado
Pedro Gil

Ricardo Arroja disse...

Caro Pedro Gil

1) Correcto.

Quando mais disseminada a informação, maior a maturidade do mercado e, em teoria, mais difícil este se torna. Contudo, os mercados mais maduros são também onde se negoceiam os maiores volumes de transacção, a chamada liquidez ou profundidade do mercado. Como nós temos uma política de investimento que, não raras vezes, concentra e bastante algumas posições, tendemos a negociar volumes elevados em particular nos mercados de futuros. Daí a nossa opção por mercados mais maduros.

2)Não necessariamente.

De facto, a verdade LaPalisse acerca dos mercados é que quando há mais vendedores que compradores, o mercado cai. Contudo, os vendedores não são necessariamente investidores a estabelecer posições curtas. Podem ser simplesmente investidores que compraram títulos a valores superiores, por exemplo na abertura de 2ª feira, e que agora, abanados pelo mercado, estão a estancar perdas. Aliás, este é até o cenário mais provável porque o investimento através de posições curtas, em geral, só está ao alcance de investidores profissionais: por via de short selling no mercado à vista ou por via da venda de futuros no mercado de derivados.

Portanto, é verdade que o valor das empresas constituintes dos índices que desvalorizaram baixou também. Mas não é verdade que a generalidade dos investidores tenha beneficiado dessa desvalorização. Pelo contrário, o mais provável é que tenha perdido dinheiro.

Cumprimentos,
Ricardo Arroja