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2009-09-10

Suntory quer Orangina

A Suntory Holdings está em negociações para adquirir a marca de bebidas europeia Orangina ao Blackstone Group e ao Lion Capital Holdings, com a terceira maior empresa japonesa de bebidas a expandir-se além do mercado doméstico.

A operação avaliada em 2,6 mil milhões de dólares, poderá ficar concluída já nesta semana, de acordo com fontes próximas do assunto citadas pela Bloomberg. Christine Anderson, porta-voz do Blackstone Group, recusou comentar o assunto. No entanto, Aya Takemoto, porta-voz da Suntory, confirmou apenas que estão em negociações para adquirir a marca Orangina sem prestar declarações adicionais.

A compra da marca europeia de bebidas, que anteriormente era detida pela Cadbury Schweppes, iria conferir à Suntory marcas como a Oásis ou a Schweppes entre outras, cujas vendas ascendem a mil milhões de euros, cerca de 1,46 mil milhões de dólares. A Cadbury Schweppes vendeu a sua unidade de refrigerantes ao Blackstone e ao Lion em 2006 por 1,85 mil milhões de euros. A Suntory, que está também em negociações para a fusão com a Kirin, maior fabricante de cerveja do Japão, está a expandir-se para o exterior, à medida que as vendas domésticas de cerveja diminuem e o iene valoriza.

As exportações de cerveja da Kirin, Asahi e outras fabricantes japonesas, caíram 6% para 42,7 milhões de paletes em Agosto, o nível mais baixo desde que se começou a compilar os dados em 1992. A divisa japonesa já valorizou 17% face ao dólar nos últimos 12 meses, o que não é benéfico para as exportações.

2009-07-02

Aumento de Capital da Rio Tinto

A Rio Tinto, terceira maior mineira do mundo, vendeu cerca de 97% das novas acções emitidas em Londres, no âmbito de uma operação que teve como principal objectivo reduzir a dívida, arrecadando cerca de 10,8 mil milhões de euros.

A mineira vendeu 508,6 milhões de acções no fecho da oferta, tendo a operação sido realizada nas praças de Londres e de Sidney. A Rio Tinto rejeitou uma proposta de investimento no valor de 19,5 mil milhões de dólares, cerca de 13,9 mil milhões de euros, do seu maior accionista a Aluminum Corp (Chinalco), da China, optando por avançar com um aumento de capital e uma “joint-venture” com a BHP Billiton para o minério de ferro.

A Chinalco confirmou que fez uso dos seus direitos na venda de acções, justificando como uma decisão economicamente racional, que preveniu a diluição do seu capital na Rio Tinto. Como continua a ser a maior accionistas da mineira, confirma que irá continuar a monitorizar os desenvolvimentos na Rio Tinto.

A BHP Billiton abandonou a proposta de aquisição da Rio Tinto de 66 mil milhões de dólares em Novembro, citando o elevado risco da mineira em termos da sua dívida e da queda dos mercados de mercadorias. A maior parte da dívida da Rio deve-se à aquisição da produtora de alumínio Alcan por 38,1 mil milhões de dólares em 2007.

2009-05-18

Suspensão da Bolsa de Bombaim

A Índia suspendeu hoje a negociação da bolsa de Bombaim, depois do Índice Sensex ter disparado 10,7% para os 13.479,39 pontos. A subida das acções superou o limite permitido, o que se ficou a dever ao forte entusiasmo dos investidores com a vitória de Manmohan Singh nas eleições. Esta vitória permite ao partido formar um governo sem o apoio dos comunistas que inviabilizaram planos para apoiar o investimento estrangeiro e privatizar empresas.

Esta foi a primeira vez que a negociação da bolsa foi interrompida. A bolsa deverá reabrir ainda durante a sessão de hoje.

A subida no mercado accionista foi acompanhada pela valorização no mercado de divisas. O rupee registou o maior ganho desde Janeiro de 1998, com uma valorização de 2,2% para os 48,32 dólares.

Fonte: Bloomberg e Imprensa Nacional

2009-05-12

Bank of America vende posição no Construction Bank

O Bank of America, pressionado pelo governo dos EUA para aumentar o seu capital, terá vendido a sua posição no China Construction Bank representativa de 5.8% do capital por cerca de 7.3 mil milhões de dólares.

O Hopu Investment Management, o Temasek Holdings e outros investidores terão comprado 13,5 mil milhões das acções vendidas pelo Bank of America. Caso venha a ser confirmada, Kenneth Lewis fica mais próximo dos 33.9 mil milhões de dólares que as entidades reguladoras afirmam que o banco precisa para garantir estabilidade.

O preço unitário da venda terá sido fixado nos 4.20 dólares de Hong Kong, cerca de 14% abaixo do preço de fecho da sessão de ontem. O Construction Bank, segundo maior banco em termos de concessão de crédito de Hong Kong, valorizou 2.9% após ter caído no início da sessão.

2009-04-29

Santander apresenta resultados

O Santander, maior banco espanhol, apresentou os resultados referentes ao primeiro trimestre de 2009, tendo registado uma queda dos seus lucros em 5% face ao período homólogo do ano anterior. Estes resultados foram afectados pelo custo dos empréstimos que estavam a ter problemas.

O seu resultado líquido caiu assim para os 2.1 mil milhões de euros face aos 2.21 registados no ano anterior. Ainda assim, este resultado foi superior à estimativa do mercado que apontava para um lucro de 1.85 mil milhões de euros.

De acordo com Daragh Quinn, estes resultados são bons e destacam a força de um banco como o Santander neste trimestre. Convém ainda lembrar que Espanha é um dos países mais afectados pela crise económica, com uma taxa de desemprego superior a 17% e detém um mercado imobiliário devastado após a bolha no sector ter rebentado.

Os títulos do banco espanhol seguiam a valorizar cerca de 4.7%, estando a ganhar 1.6% desde o início do ano.

2009-04-24

Volvo corta previsão de vendas

A Volvo, maior fabricante mundial de veículos pesados, baixou a sua estimativa de vendas nesse segmento para 2009 e anunciou o segundo prejuízo trimestral consecutivo, com as transportadoras a diminuírem a procura por veículos pesados, fruto da recessão económica.

No primeiro trimestre de 2009, a perda ascendeu a cerca de 510 milhões de dólares, que compara com o resultado de 506 milhões de euros registados no período homólogo do ano anterior.

As vendas europeias de camiões com peso superior a 16 toneladas caíram 44% para 16.792 veículos no mês passado. Nos EUA, as vendas referentes a 2009 deverão cair 40% enquanto que na Europa caíra pelo menos para metade. Adicionalmente, a Volvo anunciou que vai cortar mais de 1.500 postos de trabalho.

Os títulos da Volvo seguiam a cair cerca de 9.3% na bolsa de Estocolmo. A perda registada foi cerca de três vezes superior à estimada pelos analistas. As vendas deslizaram 27% e as ordens caíram 65%.

2009-04-23

Credit Suisse apresenta resultados

O Credit Suisse, maior banco suíço em valor de mercado, registou lucros no valor de 2 mil milhões de francos suíços (cerca de 1.32 mil milhões de euros) no primeiro trimestre de 2009, ultrapassando as estimativas dos analistas. Os resultados beneficiaram das receitas da corretagem.

Os analistas consultados pela Bloomberg tinham estimado que os resultados do banco suíço iriam atingiram mil milhões de francos suíços, mas a verdade é que o lucro apresentado foi o dobro. Ainda assim, os resultados foram inferiores aos registados no ano anterior, tendo alcançado os 2.15 mil milhões de francos suíços.

O presidente executivo do banco, Brady Dougan, afirmou que está optimista acerca das perspectivas futuras do banco, estando a planear cortar cerca de 5.300 postos de trabalho e eliminar os negócios da banca de investimento que apresente prejuízos.

2009-04-22

Exportações Japonesas

A queda das exportações japonesas abrandou em Março, terminando uma série de quatro meses consecutivos de quedas, mostrando os primeiros sinais de que a recessão no país pode estar a começar a terminar.

Os carregamentos internacionais caíram 45.6% face ao ano anterior, após terem afundado 49.4% em Fevereiro, de acordo com o Ministério das Finanças. Os economistas consultados pela Bloomberg estimavam uma queda de 46.4% das exportações.

A queda das exportações para os EUA e para a China, os principais mercados do Japão, abrandou no mês passado, o que poderá ser um sinal que a crise financeira está a dar sinais de melhoria. Por outro lado, a Goldman Sachs aumentou a sua previsão para o crescimento da economia chinesa em 2009 para os 8.3%, aumentando a estimativa anterior de 6%, citando o plano de estímulo económico chinês.

Na China, as exportações caíram 31.5% no mês passado face à queda de 39.7% do mês anterior enquanto que nos EUA os carregamentos internacionais caíram 51.4% face aos 58.4% registados em Fevereiro. Esta queda das exportações deve-se à melhoria dos mercados internacionais, devido à antecipação de resultados positivos e do anúncio de planos de combate à crise.

Resultados da Yahoo

A Yahoo valorizou cerca de 6.2% após terem sido anunciados os planos para um corte de aproximadamente 5% da força de trabalho que irá afectar entre 600 e 700 funcionários. Estes são os primeiros cortes de trabalhadores desde que Carol Bartz assumiu o cargo de Directora Executiva da empresa.

Foi ainda anunciado que os lucros da Yahoo caíram 78% para os 118 milhões de dólares durante o primeiro trimestre do ano face ao período homólogo do ano anterior. Já as receitas desceram 13% no mesmo período, para os 1,58 mil milhões de dólares, face aos 1,82 mil milhões de dólares registados no mesmo período do ano anterior. Estes resultados foram de encontro às estimativas avançadas previamente pelos analistas consultados pela Bloomberg,

Bartz afirmou que a empresa que lidera não está imune à crise e como tal vai efectuar outros cortes nos custos para além dos custos com o pessoal. O aumento da despesa em publicidade vai reduzir-se dos 10% para os 4.5%.

2009-03-26

Consolidação do Sector Financeiro

O Mitsubishi UFJ Financial Group e a Morgan Stanley estão a planear uma fusão no Japão, o que poderá levar à criação da terceira maior corretora do país, atrás da Goldman Sachs e da Nomura Holdings. O Mitsubishi, que actualmente é o maior banco nipónico deterá 60% enquanto que o restante pertencerá à Morgan Stanley.

A fusão irá alterar o panorama do sector no Japão, após a aquisição da unidade asiática da Lehman Brothers por parte da Nomura no Japão no ano passado. Empresas financeiras têm vindo a anunciar o corte do número de trabalhadores no Japão, incluindo a Morgan Stanley, Goldman Sachs, Citigroup e Deutsche Bank, após amortizarem as perdas em activos tóxicos.

As aquisições de empresas estrangeiras por parte das entidades japonesas triplicaram para os 70 mil milhões de dólares.


(Bloomberg)

2009-03-12

Roche aumenta proposta pela Genentech

A Roche Holding, a maior fabricante de medicamentos relacionados com o cancro, acordou amigavelmente adquirir a parte restante da Genentech, após ter aumentado a sua oferta para 95 dólares por acção, 3% acima do preço de fecho de ontem, o que eleva o valor total da operação para 46.8 mil milhões.

O acordo termina assim um período de negociações de 8 meses, aumentando cerca de 10% à oferta mais baixa da Roche. Esta espera que o efeito desta operação se faça notar nos seus resultados após completar um ano da sua aquisição. O controlo completo vai ajudar a farmacêutica suíça a controlar os custos e a impulsionar as receitas.

A Roche tem uma participação na Genentech há mais de 20 anos. Certos medicamentos desenvolvidos pela empresa norte-americana, como o Avastin e Rituxan, ajudou a Roche a crescer mais rápido que as suas concorrentes Pfizer e GlaxoSmithKline.

2009-03-11

Resultados da Lufthansa

A Deutsche Lufthansa, a companhia aérea alemã que é a segunda maior da Europa, anunciou que os seus lucros de 2008 caíram 64%, tendo também afirmado que prevê que os resultados voltem a cair em 2009, com a recessão mundial a fazer sentir-se no tráfego aéreo provocando a sua diminuição no final de 2008.

O resultado líquido caiu para 599 milhões de euros, falhando a estimativa de 674 milhões de euros avançada pelos analistas consultados pela Bloomberg.

Segundo a companhia alemã, o lucro operacional de 2009 será mesmo consideravelmente menor apesar de se manter definitivamente positivo. Para 2010, espera uma recuperação da economia e como tal prevê um aumento das suas vendas e consequentemente resultados.

A Lufthansa, que foi considerada um case-study em hedging do preço do petróleo, falhou em reduzir a sua capacidade atempadamente de modo a acompanhar a crescente diminuição do tráfego aéreo face à recessão mundial.

Ao preço de fecho de ontem, a Lufthansa registava uma desvalorização desde o início do ano de 26.5%, levando à diminuição do seu valor de mercado para os 3.75 mil milhões de euros.

(Fonte: Bloomberg)

2009-02-12

Pioneer concentra-se no automóvel

A Pioneer vai eliminar 10 mil postos de trabalho e encerrar a sua actividade na unidade de televisores, após a queda das vendas globais de produtos electrónicos ter levado a empresa japonesa a aumentar a sua perda anual, em que a estimativa é de 1.44 mil milhões de dólares.

A sua retirada daquela unidade de negócio está prevista concretizar-se em Março de 2010, altura em que diminuirá 16% dos seus trabalhadores a tempo inteiro para além dos 4 mil trabalhadores temporários.

Os resultados negativos estimados de 130 mil milhões de Ienes (1.44 mil milhões de dólares) comparam com o prejuízo de 78 mil milhões estimado em Outubro de 2008. As vendas deverão cair 28% para 560 mil milhões de Ienes.

O presidente Susumu Kotani, que assumiu essas funções na Pioneer em Novembro de 2008, pretende restaurar o lucro da empresa através de uma reconversão das actividades da empresa no fabrico exclusivo de produtos electrónicos para automóveis, encerrando sectores inteiros de actividade, mesmo tendo em conta a diminuição das vendas de automóveis.

Como parte desta reestruturação, a Pioneer vai encerrar cerca de 30% das suas 30 unidades de produção em todo o mundo. Para já, ainda durante este mês, vai encerrar uma fábrica de produção de painéis para televisores plasma no Reino Unido, e outra em Abril nos EUA.

Kazuharu Miura, analista da Daiwa Institute, disse antes deste anúncio que o mercado de equipamento para automóveis está desastroso. Por um lado, as vendas de sistemas de navegação estão baixas porque as vendas de automóveis estão a abrandar e por outro lado a procura por sistemas de áudio para automóveis também está fraca devido à diminuição dos gastos dos consumidores. O CEO da Nissan, Carlos Ghosn, estimou mesmo que as vendas de automóveis vão cair 14% este ano para os 55 milhões de unidades e que deverá levar 7 anos a restabelecer o máximo de 69 milhões de unidades atingidos em 2009.

Os títulos da Pioneer encerraram a sessão desta madrugada a valorizar 0.6% face ao fecho de ontem, antes do anúncio da empresa. Em 2008, a Pioneer sofreu uma desvalorização bolsista de 84%, sendo o quinto ano consecutivo que regista uma performance negativa. Ao preço de fecho de hoje, os títulos da empresa japonesa já avançaram 8.6% em 2009.



(fonte)

2009-02-02

Em Janeiro

Tal como no ano passado, o “efeito Janeiro” não se verificou nos mercados. O índice norte-americano S&P 500 registou mesmo o pior Janeiro de que há história ao desvalorizar 8.6%. A justificar esta queda, para além da negativa conjuntura económica, empresas como a Procter & Gamble, Caterpillar e Allstate reportaram resultados que ficaram aquém das estimativas. Em média, as 208 empresas que divulgaram resultados desde 12 de Janeiro anunciaram uma queda de 38% destes mesmos resultados.

O mês de Janeiro é também tido como um mês barómetro, isto é, tendencialmente indica como o ano irá encerrar. Desde 1950, o indicador criado por Yale Hirsch tem acertado em cerca de 80% dos casos.

Em baixo é possível constatar o gráfico dos retornos de Janeiro nos últimos 11 anos.

(fonte: Bloomberg)

2009-01-21

Bolsa Irlandesa


2009-01-05

Spread Futuros vs Spot

Um contracto designado por “futuro” é um contacto estandardizado pelo qual é possível comprar ou vender um determinado índice, numa determinada data futura e através de um preço que traduz o equilíbrio entre as forças da oferta e procura medido através das ordens de compra e de venda nesse momento.

O comportamento das taxas de juro, os dividendos esperados para as empresas que compõem esse índice e o tempo que resta até à maturidade do contracto são factores que condicionam a procura e a oferta dos contractos de futuros.

Em termos gerais, a relação entre o contracto futuro e o mercado à vista é dada pela seguinte fórmula:

F(t) = S(t) * e^[r (T-t)] ,

em que:
F(t) – contracto futuro
S(t) – contracto spot
r – taxa de juro
t – momento presente
T – maturidade do contracto

Assim, a diferença entre os futuros e o spot varia directamente com a taxa de juro e com o tempo restante para a maturidade.


A situação que refere não é de facto a mais normal. Nos últimos 10 anos, em cerca de 75% dos dias de transacção, o preço do futuro esteve acima do preço spot.
No caso das mercadorias, quando o preço do futuro está abaixo do preço spot, normalmente significa que existe escassez de oferta e portanto os compradores preferem deter a mercadoria no curto prazo. No caso dos futuros de índice pode querer dizer que existem mais posições de venda no mercado do que posições de compra.

No gráfico em baixo é possível constatar que o spread (Futuro – Spot) tornou-se muito mais instável e volátil quando os mercados começaram a cair e se agravou a crise mundial.


2008-12-31

2008: Análise Sectorial

Em 2008, os títulos individuais caíram em média cerca de 33%. Os sectores mais afectados foram o das empresas industriais e tecnológicas, tendo caído 41%. Os sectores mais protegidos foram o dos Cuidados de Saúde e Serviços ao Consumo, perdendo cerca de 16% e 24% do seu valor.
Separando a análise em três regiões, Ásia, Europa Ocidental e EUA, é possível constatar que foi na Ásia que os títulos, em média, mais caíram e que foi nos EUA que em média menos desvalorizaram. Em termos gerais, são quatro os sectores que mais desvalorizaram, independentemente da região em que se encontram: Empresas Tecnológicas, relacionadas com as Matérias-Primas, Financeiras e Industriais. As empresas que actuam no ramo dos cuidados de saúde, por sua vez, apresentam uma maior resistência ao negro cenário que marcou o ano de 2008 nos mercados financeiros.

Em baixo é possível consultar a performance de cada um dos sectores em cada uma das três regiões desde o início do ano:





2008-12-17

Análise PSI 20

Desde o início do ano, o PSI 20 já perdeu cerca de 51% do seu valor. Isto significa que as 20 acções que compõe o índice português, em média devidamente ponderada (ver gráfico em baixo com o peso de cada acção do PSI 20), desvalorizaram aquele valor desde o início do ano. Estando numa altura em que é normal fazer o balanço do ano, torna-se interessante analisar diversos rácios financeiros das empresas que integram o PSI 20.
(todos os rácios foram calculados de acordo com os dados do terceiro trimestre do ano)


O PER (Price Earnings Ratio) relaciona o lucro da empresa com a sua capitalização bolsista, ou seja, diz quantas vezes é que o investidor paga pelos lucros da empresa. Na situação hipotética de ausência de crescimento e caso os lucros estivessem totalmente distribuídos, o PER traduziria o número de anos necessários para que o investidor recuperasse o capital investido. Sob este indicador, a Sonae e a Semapa apresentam-se como os títulos mais atractivos já que possuem os mais baixos valores. Pelo contrário, a Mota-Engil e a Sonaecom são as cotadas com maior PER.

O PBV (Price to Book Value) compara o capital próprio da empresa com a sua capitalização bolsista, isto é, diz-nos quantas vezes o investidor está a pagar pelo valor dos capitais próprios. A análise fundamental diz que valores de PBV baixos traduzem títulos “baratos” e consequentemente atractivos. Aqui, as empresas mais atractivas fazem todas parte do mesmo grupo: Sonae Indústria, Sonaecom e Sonae SGPS. Jerónimo Martins e ZON são as que apresentam o preço mais elevado face ao capital próprio.

O rácio de endividamento, ou Debt-to-Equity, é um indicador financeiro utilizado para medir a vulnerabilidade da empresa. Quanto maior este rácio maior é a vulnerabilidade da empresa. O seu valor é obtido através da relação entre o Passivo e o Capital Próprio da Empresa. Para além dos três bancos cotados (BES, BPI e BCP), a Mota Engil integra o conjunto de quatro empresas com maior rácio de endividamento. No lado oposto, EDP Renováveis, Galp e Sonaecom são as que apresentam melhor rácio de solvabilidade (oposto do rácio de endividamento).

O rácio de autonomia financeira mede a solvabilidade da empresa através do cálculo da proporção de activos que é financiado pelo capital próprio. Quanto maior este rácio, maior a estabilidade financeira da empresa. Por este indicador, os três bancos constituem o lote menos solvível enquanto que a EDP Renováveis e a Sonaecom são as mais atractivas.

O último indicador em análise é o ROE (Return on Equity) e traduz a rendibilidade dos capitais próprios. É utilizado para medir o retorno do capital próprio durante um ano. Este indicador é um dos mais importantes rácios financeiros, senão o mais importante. Quanto maior for este valor, maior é a eficiência de uma empresa gerar lucros a partir do activo líquido. A PT e Jerónimo Martins são as mais eficientes segundo a análise deste indicador enquanto que no lado oposto se encontra a Sonae Indústria e a Galp.
Em baixo uma tabela com todos estes indicadores:

2008-12-12

Nova reedição do Esquema de Ponzi


Há quem diga que existe uma portuguesa que merecia ter ganho um prémio Nobel pela forma como desenvolveu o seu “negócio”. Essa portuguesa era a Dona Branca, que mais tarde ficou conhecida por “a banqueira do povo”. Mas não foi a portuguesa que inventou esse “negócio”. O esquema que a Dona Branca montou foi apenas uma reedição daquele que ficou conhecido por “Esquema de Ponzi”, o primeiro que o usou para movimentar uma quantia de tal forma grandiosa que se tornou na primeira pessoa a ficar conhecida em todos os Estados Unidos a utilizar tal esquema. Talvez este merecesse ainda mais receber um prémio Nobel, já que transformou dois dólares e cinquenta cêntimos numa fortuna avaliada em milhões de dólares num tempo recorde.

O esquema de Ponzi é um tipo de crime fraudulento no qual o promotor, como Charles Ponzi ou a Dona Branca, promete pagar juros extraordinariamente elevados. O mais incrível é que consegue pagar, pelo menos por um período de tempo determinado. A limitação desta técnica é que exige um fluxo de dinheiro cada vez maior a entrar no esquema, que, até a um determinado ponto, entra por duas vias: por um lado os “investidores” ao verem o sucesso do negócio estão disposto a “investir” quantias de dinheiro cada vez maiores, e por outro lado, são cada vez mais as pessoas que estão dispostas a entrar no esquema.

Desta forma, pode-se facilmente constatar que é um óptimo negócio no curto e eventualmente médio prazo, mas que a longo prazo não tem grandes hipóteses de subsistir. É o que acontece, com algumas limitações, nas bolhas especulativas. O desfecho deste tipo de esquema é, com fortes probabilidades, um dos seguintes: o promotor subitamente desaparece levando consigo todo o dinheiro que conseguiu amealhar; quando o número de investidores começa a crescer a uma menor taxa, e consequentemente o seu capital, o promotor tem dificuldades em pagar o dinheiro que deve e o seu esquema entra em colapso; ou então o esquema começa a ganhar notoriedade e é investigado pelas autoridades que acabam por descobrir que se trata de crime de burla.

O último caso de um esquema deste tipo foi conhecido hoje. Bernard Madoff, ex-presidente da Nasdaq e um dos investidores mais activos nos últimos 50 anos, confessou que o seu negócio, Bernard L. Madoff Investment Securities, constituía um gigantesco esquema de Ponzi. A sua empresa detinha em activos sob gestão cerca de 17.1 mil milhões de dólares. Caso seja dado como culpado, Madoff, de 70 anos, irá enfrentar uma pena de 20 anos de prisão e uma multa de 5 milhões de dólares.

2008-12-10

Q de Tobin (2)

Como foi dito num post anterior, o Q de Tobin indica a relação entre o valor de mercado e o custo de substituir o activo líquido. Teoricamente, segundo a formulação original, quando o indicar é superior a 1, torna-se rentável investir, dado que o retorno futuro irá compensar o investimento presente. Quando o rácio é inferior a 1, não existe vantagem em investir no presente porque os rendimentos futuros não se vão compensar.

Contudo, como o capital está sujeito a rendimento marginais decrescentes, o investimento adicional faz diminuir o Q enquanto que o desinvestimento faz aumentar o valor do indicador. Deste modo, há uma tendência para no longo prazo o rácio tender para 1.

Mas tal não deve ser interpretado que qualquer desvio face a 1 seja de imediato corrigido. Aliás, existe também uma justificação para que o valor de mercado e o custo de substituição sejam diferentes: por um lado, as empresas possuem factores intangíveis como o capital humano, fornecedores, distribuidores, etc, e por outro a substituição do capital instalado exige tempo.

No gráfico em baixo é possível observar a evolução do Q de Tobin desde 1900 até às estimativas de acordo com o preço de fecho do S&P 500 do dia de ontem. Os dados utilizados fazem parte do histórico da Andrew Smithers que compila dados históricos relacionados com este indicador. O Q encontra-se assim nos 0.74, o valor mais baixo desde o início dos anos 90. O mínimo histórico é de 0.27, apesar de se ter registado por diversas vezes situações em que o indicador se aproximou desse nível.


Este indicador, como também já tinha referido anteriormente, pode ser utilizado em títulos individuais. Assim, segundo esta teoria, dos sectores que integram o S&P 500, os mais atractivos para investir são o da saúde e o tecnológico. Por sua vez, as empresas de Utilities e de Telecomunicações são as menos atractivas.

Podemos fazer a mesma análise para as empresas do principal índice português, o PSI 20, contudo cada sector é representado por uma, duas ou três empresas, o que enviesa bastante os resultados. Será mais plausível, ao invés, referir os títulos individuais que este método indica como mais atractivos. A ZON e a Galp lideram a lista como as que conferem um maior retorno futuro face ao investimento actual. Já a Semapa e a Sonaecom são as que apresentam um Q de Tobin mais baixo, do universo das 20 cotadas.