Uma espécie de monopólio

"Na refinação nacional, existe uma única empresa, a Galp, a qual controla mais de 80% da capacidade total de armazenagem de combustíveis em território nacional, abastecendo, de igual modo, mais de 80% do consumo nacional em combustíveis líquidos e gasosos para venda ao público" (fonte, pág. 10)

Para além da questão da fiscalidade, é esta a razão pela qual os preços são mais elevados do que poderiam ser. As margens de distribuição e de logística têm-se mantido praticamente inalteradas desde o início do ano, o que faz com que o preço à saída da refinação seja o principal factor que provoca oscilações no preço final de venda ao público.

Será hoje??

Será hoje que o Petróleo (Crude Oil, negociado nos EUA) vai ultrapassar, na baixa, a barreira dos 100 dólares e voltar aos dois dígitos? Durante o dia de hoje, às 15h39, quase que atingiu a mítica barreira, mas ficou-se pelos 100.10. Neste momento segue a negociar nos 101 dólares.

A meu ver, existe espaço para que as cotações do petróleo regressem até à casa dos 80. Contudo, o mais certo é que negoceiem nos 100 dólares, com algumas oscilações para a alta e para a baixa.

Descida dos Combustíveis

Como era de prever (ver aqui), a Galp baixou esta semana os combustíveis. Contudo não cumpriu a relação que tinha vindo a praticar entre o preço da matéria-prima e o preço dos combustíveis. Pelas contas que fiz nesse post, o preço deveria baixar 6 cêntimos para os 1.415 durante esta semana.

Apenas baixou 2 cêntimos.

Aumento dos combustíveis

Ao preço de fecho de ontem, o petróleo conta com uma desvalorização de 4.3% relativamente ao fecho da semana passada. Este facto provocou de imediato expectativas nos automobilísticas que a gasolina iria baixar esta semana. Pois para sua surpresa, a Galp aumentou hoje os combustíveis para 1.478 euros por cada litro (gasolina) e 1.329 (gasóleo).

Parece inadmissível, mas um olhar mais atento no histórico dos preços permite concluir que existe um lag de cerca de uma semana entre a variação do petróleo e o respectivo efeito no preço final dos combustíveis. Ora, a variação do petróleo na semana passada correspondeu a um aumento de 1.5%, dai o aumento mais ou menos na mesma proporção nos combustíveis (1.8% na gasolina e 1.6% no gasóleo).

Se a Galp for coerente, podemos adivinhar uma diminuição dos preços dos combustíveis na próxima semana. Ao preço a que o petróleo cota neste momento, nos 109 dólares, e para uma taxa de cambio de 1.45 dólares por cada euro, o preço deveria baixar para os 1.415, o que corresponde a uma descida de mais de 6 cêntimos no preço da gasolina.

Mas poucos são os que acreditam numa descida tão acentuada...