2009-01-21

Estímulo económico e disciplina fiscal da U.E.

Na terça-feira, os Ministros das Finanças concordaram que serão necessários novos esforços para restaurar o fluxo de crédito bancário para os níveis que precederam a pior crise financeira dos últimos 60 anos. Esta proposta será novamente debatida a 19-20 de Março.

De certa forma, os programas de despesa pública avançados pelos vários governos europeus têm-se demonstrado insuficientes para combater a recessão. Contudo, o Ministro da Presidência salientou que não se trata de avançar com um segundo plano de estímulo económico, mas antes com a implementação dos 200 mil milhões de euros propostos no mês passado.

Ainda assim, os membros dos 27 reafirmam o seu compromisso com a disciplina fiscal de médio prazo e salientam que os défices orçamentais serão temporários, uma vez que decorrem de circunstâncias de mercado excepcionais.

De acordo com as previsões da Comissão Europeia, anunciadas na segunda-feira, o défice orçamental dos 16 países da Zona Euro deve aumentar para 4.4% do PIB em 2010 de 1.7% em 2008. Por sua vez a dívida pública passará de 68.7% em 2008 para 75.8% em 2010. Os limites de 3% para o défice e de 60% para a dívida pública não serão atingidos.

Depois de Gordon Brown ter anunciado um segundo pacote de medidas de apoio no dia 19, ontem o Primeiro-Ministro francês concordou em providenciar mais 10,5 mil milhões de euros para apoiar bancos que concedem mais empréstimos no país. Nos últimos dias, Sarkozy tem pressionado as instituições financeiras para que não paguem bónus aos seus gestores, nem atribuam dividendos aos accionistas. O Credit Agricole, o Société Générale e o BNP Paribas já revelaram que não vão pagar bónus.

O Société Générale, o segundo maior banco francês em termos de valor de mercado, receberá 1.7 mil milhões de euros do governo francês. Este apoio governamental deve elevar o Tier 1 Capital Ratio de 8.5% (no final de 2008) para 9% durante este ano. No quarto trimestre de 2008, a instituição registou um resultado nulo, depois do prejuízo de 3.35 mil milhões de euros no mesmo período do ano anterior, na sequência da perda do trader de Jerome Kerviel. Desde o final de 2006, os títulos do banco já desvalorizaram quase 80%.

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Fonte: Bloomberg

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