2009-02-06

Toyota: O triplo do prejuízo inicialmente estimado

O maior fabricante automóvel mundial, a Toyota, avançou que as suas perdas anuais poderão ser três vezes piores que as estimativas iniciais de Dezembro. No exercício fiscal terminado em Março, a Toyota deverá apresentar um prejuízo operacional na ordem dos 450 mil milhões de ienes (3,86 mil milhões de euros). Este será o seu primeiro prejuízo operacional anual em 71 anos. No trimestre de Outubro a Dezembro, o prejuízo ficou pelos 360,5 mil milhões de ienes contra um lucro de 601,6 mil milhões de ienes no período homólogo de 2007.

A Toyota, tal como as concorrentes do sector, está a ser fortemente penalizada pelo abrandamento económico mundial que tem ditado uma quebra nas vendas de automóveis, sobretudo nos EUA e Japão. A empresa iniciou este ano fiscal com uma previsão de produção de 8,87 milhões de veículos (até 31 de Março). Contudo, em Novembro, ainda se afastava do objectivo em 1 milhão de veículos. Por isso, acabou por anunciar vários cortes na produção nas fábricas da América do Norte e do Japão. Nos últimos nove meses de 2008, as vendas caíram 13,8%. Em Janeiro, as vendas nos EUA e no Japão diminuíram 34 e 23%, respectivamente.

Para além disso, a valorização do iene em relação a outras divisas deve penalizar as receitas em 250 mil milhões de ienes. A Toyota terá ainda de contar com custos de financiamento mais elevados, depois da agência Moody’s ter cortado o rating da companhia de Aaa para Aa1 pela primeira vez na última década.

O Presidente da Toyota, Akio Toyoda, já alertou que planeia substituir grande parte dos executivos de topo da empresa para voltar aos lucros. Serão ainda reduzidos ou suspendidos alguns bónus. Contrariando a política de segurança no emprego, a empresa poderá ter de reduzir o número de colaboradores nas fábricas do Reino Unido e dos EUA. Esta medida insere-se no âmbito do programa de redução de custos fixos em 10%.

Nos últimos 12 meses, os títulos da Toyota desvalorizaram 46,5% (ver gráfico abaixo).



Fonte: Bloomberg e Financial Times

Sem comentários: