2008-08-12

Serei mesmo?


A mente do trader é frequentemente assaltada pela insegurança. Em geral, esta manifesta-se após uma sequência prolongada de maus trades ou de trades perdedores. No caso dos primeiros, porque a violação das suas regras conduziu o trader à perda. Nos segundos, porque as perdas reduziram o valor da sua carteira. A solução é persistir, deixar de fazer maus trades e esperar que os bons trades deixem de ser perdedores até que a rota ascendente se estabeleça de novo.

Já "aqui" abordei o impacto do método - ou ausência dele - na gestão de uma carteira de investimento. Agora pretendo realçar a importância do horizonte temporal. No seu magnífico livro "PitBull - Lessons from Wall Street's Champion Day Trader", o célebre Marty Schwartz escreve o seguinte: "You have to understand your strengths and your weaknesses. It took me nine years to figure myself out. My strengths are dedication to hard work, dogged persistence, ability to concentrate for prolongued periods and a hatred for losing. My weaknesses are insecurity, fear of losing, and a need for constant reinforcement and frequent gratification". Sem surpresa, Schwartz acabou por aceitar que, para ele, só a especulação intradiária funcionava. Como, de resto, refere no parágrafo seguinte: "I'm a scalper (...) I just love to hear the cash register ring. It's the sound of the market telling me I'm a winner, again and again and again. I need to be right seven or eight times out of ten".

O trader com estas características pessoais tem vantagem em adoptar um estilo vocacionado para o curto prazo. Por outro lado, o trader que não se importa de poder perder mais vezes, aquele que não se sente angustiado com as noites passadas em branco a imaginar onde vai o mercado abrir no dia seguinte, provavelmente, ficará melhor servido com uma abordagem mais prolongada no tempo. Ou seja, a escolha do horizonte temporal, ao contrário da escolha do método, é que está, essa sim, intrinsecamente relacionada com os traços de personalidade de cada trader.

2 comentários:

Anónimo disse...

Dr Ricardo, a sua confiança está assim tão em baixo?

PP

Anónimo disse...

Não caro PP. Se estivesse dedicava-me a outra actividade!

ra