A CNBC é o meu canal de televisão preferido, entre os financeiros. A Bloomberg TV melhorou substancialmente nos últimos anos, mas permanece ainda a um nível inferior. Ao longo dos anos, habituei-me a ver as caras da Maria Bartiromo (a mais bonita), do Mark Haines (o meu preferido), do Simon Hobbs (o que me entrevista sempre que participo no programa em Londres), entre outros. Pois bem, recentemente, vários jornalistas têm transitado dos media para o mundo dos Hedge Funds. É o caso de uma repórter do WSJ. E é também o caso de um outro mais conhecido, Ron Insana, antigo âncora da CNBC, que acaba de ser recrutado por um dos maiores fundos de Wall Street: o SAC Group, fundado por Steve Cohen, que gere cerca de 15 mil milhões de dólares em activos de clientes.
Há muito que Ron Insana andava desaparecido do "prime time". Após vários anos a entrevistar as celebridades do mundo da gestão de activos, também quis fazer parte desse mundo. Por isso, criou o seu próprio fundo para o qual captou 115 milhões de dólares. Tratava-se de um fundo de Hedge Funds, em que o gestor (Ron Insana) escolhe um cabaz de dez ou vinte fundos deste tipo. A principal virtude deste tipo de estrutura é socorrer-se de gente já muito rodada na gestão. A maior crítica é o duplo comissionamento associado ao fundo de Hedge Funds. Em geral, cada gestor individual aplica um fee fixo de 2% sobre os activos e 20% sobre as mais valias. E depois vem o gestor final (Ron Insana) que aplica outro fee semelhante. Ou seja, um fundo de Hedge Funds é um óptimo negócio para o gestor final e mau para o cliente.
Entretanto, Ron Insana decidiu fechar o seu fundo de 115 milhões de dólares. Terá perdido 5% entre o máximo atingido no início do ano e o mínimo relativo de agora. Mas, curiosamente, o argumento para o encerramento do fundo não é este. De acordo com a carta enviada aos seus investidores, citada pelo "New York Times", Insana afirma "our current level of assets under management, coupled with the extraordinarily difficult fund raising environment, make it imprudent for Insana Capital Partners (...) to continue business operations." Ou seja, Insana fecha o fundo porque não tem activos suficientes! Tendo em conta que nos Estados Unidos um fundo deste tipo, no limite, se pode gerir a partir de casa e subcontratar tudo o resto, a razão é simplesmente ridícula. Não, a verdadeira razão da sua "demise" é que, enquanto não recuperar os 5%, não cobrará mais comissões. Assim, Ron Insana vai para o SAC. Ninguém sabe muito bem qual será o seu papel no SAC. Aquilo que toda a gente sabe é que os Hedge Funds, entre os quais o SAC, não gozam de boa imprensa. Nesse campo, Insana pode dar uma ajuda.
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