2009-03-04

Planos de salvamento da AIG

Em meados de Setembro, sensivelmente um ano após o início da crise financeira internacional, e após a falência do Lehman Brothers, a maior seguradora norte-americana - a American Internacional Group (AIG)- necessitou da intervenção da Reserva Federal para evitar o seu colapso.

Primeira Intervenção

A AIG, com presença em vários países mundiais, detinha activos no valor 767 mil milhões de dólares e empregava 116 mil pessoas. Na altura, enfrentava um prejuízo de 13 mil milhões de dólares. As autoridades norte-americanas, numa tentativa de evitar mais uma falência desastrosa para todo o sistema financeiro do país e mundial, avançaram com um plano de salvamento da seguradora avaliado em 85 mil milhões de dólares em meados de Setembro.

Segunda Intervenção

Cerca de um mês depois desta intervenção do governo e alguns dias após a AIG ter levantado 61 mil milhões de dólares do seu empréstimo, o FED viu-se obrigado a reforçar a sua ajuda à instituição com um montante adicional de 37,8 mil milhões de dólares.

Terceira Intervenção

A apresentação consecutiva de prejuízos por parte da empresa, o fortalecimento da crise financeira mundial e o risco sistémico associado, levaram o FED, a 10 de Novembro, a alargar o plano de salvamento inicial aos 150 mil milhões de dólares. Para além disso, foram previstas taxas de juro mais baixas e alargamento dos prazos de pagamento das dívidas. O Governo vai ainda reduzir o empréstimo de 85 mil milhões de dólares que salvou a seguradora em Setembro para 60 mil milhões, comprar 40 mil milhões de dólares em acções preferenciais e adquirir hipotecas no valor de 52,5 mil milhões de dólares.

Quarta Intervenção

A AIG foi agora obrigada a pedir novamente ajuda ao governo pelo facto de não ter conseguido vender activos suficientes para pagar o empréstimo que lhe foi concedido.

Em troca, a seguradora concordou em dar participações nas suas duas maiores unidades de seguros Vida ao governo para reduzir parte da sua dívida no valor de 37 mil milhões de dólares.

Nesta altura, a AIG segura mais de 300 mil milhões de dólares em activos de várias empresas e bancos, através de contratos de derivados. Desta forma, as autoridades do país consideram-na uma instituição demasiado “importante para falir”. Apesar do plano ainda não ser oficial, a AIG pode receber até 30 mil milhões de dólares e ver perdoadas parte das dívidas ao Estado.

No início desta semana, a AIG reportou um prejuízo trimestral de 61,7 mil milhões de dólares ou 22,95 dólares por acção. No último trimestre de 2007, o prejuízo foi de 5,3 mil milhões de dólares. A progressiva deterioração do mercado de crédito e as despesas com a reestruturação das suas actividades são as principais responsáveis por estes resultados.

Os títulos da seguradora desvalorizaram 84,5% no mês de Setembro. A perda desde o início do ano atinge os 72,61% (ver gráfico abaixo).


Fonte: Bloomberg

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