2009-03-05

Não há um novo plano económico chinês

O Primeiro-Ministro chinês, Wen Jiabao, acredita que o objectivo de crescimento deste ano para o país (8%) pode ser atingido com o plano de despesa de 4 biliões de yuan (466,04 mil milhões de euros) disponibilizado no ano passado e para ser aplicado até 2010, sem que seja necessário um novo plano de estímulo.

O responsável do governo avança que pretende aumentar significativamente o investimento, numa altura em que a forte quebra das exportações conduziu a terceira maior economia do mundo para o crescimento mais fraco dos últimos sete anos e custou 20 milhões de postos de trabalho para os trabalhadores migrantes.

O FMI estima um crescimento anual de apenas 6,7%, o valor mais baixo em quase duas décadas.

Ontem, as bolsas asiáticas, e as mundiais por arrasto, registaram valorizações expressivas na expectativa de que hoje fosse anunciado um plano económico chinês. Li Deshui, da Former Statistic Bureau, afirmou ontem que o Primeiro-Ministro do país avançaria com um novo plano. O Shanghai Índex valorizou 6% na sessão de ontem.



Crescimento

O FMI estima um crescimento anual de apenas 6,7%, o valor mais baixo em quase duas décadas.

A China é o único país, do grupo dos cinco maiores a nível mundial, que apresenta taxas de crescimento positivas. O crescimento do PIB nos três meses terminados em Dezembro foi de 6,8% em comparação com o período homólogo do ano anterior. Em 2007, a economia chinesa avançou 13%.


Desemprego

A crise financeira está a afectar o emprego na região e coloca novas ameaças. Há cerca de 20 milhões de trabalhadores chineses do meio rural que se deslocaram para as cidades para conseguirem um emprego e que, neste momento, estão desempregados. Há 7,1 milhões de licenciados à procura de emprego.

Perante as ameaças à estabilidade social da região, os responsáveis do governo já adiantaram um aumento de 32,6% na despesa para os 116 mil milhões de yuan para reforçar o apoio neste sector.

Défice Orçamental

O défice orçamental para 2009 foi fixado num recorde de 950 mil milhões de yuan. Só os cortes nos impostos para famílias e empresas constituem uma despesa de 500 mil milhões de yuan este ano. O ano passado, o défice orçamental foi de 11 mil milhões de yuan. O orçamento para a saúde aumentará 38% para os 118 mil milhões de yuan.
Para 2009, Wen confirma um aumento de 22% na despesa para os 7,62 biliões de yuan, contra um aumento muito superior em 2008, na ordem dos 25,4%. O investimento, sobretudo em infra-estruturas deve duplicar para os 908 mil milhões de yuan. Por sua vez, as actividades sociais e o emprego podem contar com mais 22% o orçamento, numa despesa total de 335 mil milhões de yuan.

Inflação

A taxa de inflação em 2008 fixou-se nos 5,9%. Para 2009, Wen estima uma taxa de 4%.

Fonte: Bloomberg

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