A cimeira dos 20 países industrializados e emergentes (G20), realizada em Londres este mês, procurou soluções conjuntas para resolver a crise financeira mundial. Os líderes dos principais governos reforçaram o alcance determinante das políticas emanadas desta reunião e acreditam que foram lançadas as bases para vencer o colapso da economia mundial. A cimeira foi “muito produtiva” e constituiu “um ponto de viragem” para a construção de um novo sistema financeiro, de acordo com o Presidente dos EUA – Barack Obama. Da mesma forma, o Presidente francês Nicolas Sarkozy considera-a a “reforma mais profunda do sistema financeiro desde 1945”. Os mercados aplaudiram com valorizações significativas. O índice europeu Eurostoxx valorizou mais de 7% durante a cimeira. O congénere japonês Nikkei avançou mais de 7,5%. Nos EUA, o S&P500 ganhou 4,6%.
A principal conquista de Londres foi a aprovação da injecção de mil milhões de dólares para combater a crise. Este montante vai ser injectado em instituições financeiras internacionais, no comércio mundial (garantias e créditos à exportação e importação) e num pacote de medidas para aumentar a regulação financeira. Para além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que revelava sinais de esgotamento financeiro crescente, será dotado de mais de 500 mil milhões de dólares para ajudar os países em desenvolvimento e os mais afectados pela crise. Os recursos da instituição saem triplicados, passando de 250 para 750 mil milhões de dólares. Para desencorajar as tomadas de risco excessivas, o G20 pretende harmonizar a regulação e os critérios financeiros internacionais. Está previsto o aperto salarial aos banqueiros e a publicação de uma lista de paraísos fiscais pela OCDE. A indústria dos “hedge funds”, as agências de “rating” e as regras de contabilidade também não serão esquecidas.
Um importante apontamento saído da reunião em Londres foi a resistência ao proteccionismo. Os países do G20 comprometeram-se a não praticar a desvalorização das suas moedas para fins concorrenciais e a não criar quaisquer outras barreiras proteccionistas até ao final de 2010. A par disso, mantêm-se empenhados na conclusão do ciclo de desenvolvimento de Doha. O reforço dos meios do FMI será acompanhado de uma revisão de quotas da instituição e da reformulação de mandatos e nomeações. Por fim, foi reconhecido o impacto desproporcionado da crise sobre as populações dos países mais pobres o que compele o G20 a apostar num relançamento ecológico sustentável.
Na prática não se prevê nenhuma mudança estrutural no sistema, mas apenas mudanças progressivas. Muitos analistas consideram que o G20 não estará à altura do desafio, uma vez que a cimeira foi incapaz de modificar a relação de forças existente. O comando continua nas mãos dos países centrais. Por exemplo, a dotação financeira a atribuir ao FMI não terá um impacto directo em Portugal. Só os países africanos, da América Latina e do Leste Europeu serão abrangidos por estes fundos. A Europa não vai beneficiar directamente deste pacote de medidas, mas antes indirectamente dada a interdependência internacional, nomeadamente nas questões comerciais. O controlo mais apertado dos “hedge funds”, dos paraísos fiscais e dos salários dos grandes gestores poderá ter um alcance meramente moral. Não são responsáveis pela crise financeira internacional, mas são os alvos mais fáceis de abater. Por isso, espera-se alguma irritação por parte dos actores financeiros mundiais penalizados pelas novas regras.
A volatilidade dos mercados ainda não acabou. Os investidores vão reagir ao primeiro fracasso de alguma das medidas propostas na cimeira. Acresce que os esforços em curso poderão não ser suficientes para relançar a procura. Mas por outro lado, a actuação conjunta dos governos e a sinalização de que não deixarão cair mais nenhuma instituição financeira está a motivar os investidores e analistas de que o pior da crise já passou.
A principal conquista de Londres foi a aprovação da injecção de mil milhões de dólares para combater a crise. Este montante vai ser injectado em instituições financeiras internacionais, no comércio mundial (garantias e créditos à exportação e importação) e num pacote de medidas para aumentar a regulação financeira. Para além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que revelava sinais de esgotamento financeiro crescente, será dotado de mais de 500 mil milhões de dólares para ajudar os países em desenvolvimento e os mais afectados pela crise. Os recursos da instituição saem triplicados, passando de 250 para 750 mil milhões de dólares. Para desencorajar as tomadas de risco excessivas, o G20 pretende harmonizar a regulação e os critérios financeiros internacionais. Está previsto o aperto salarial aos banqueiros e a publicação de uma lista de paraísos fiscais pela OCDE. A indústria dos “hedge funds”, as agências de “rating” e as regras de contabilidade também não serão esquecidas.
Um importante apontamento saído da reunião em Londres foi a resistência ao proteccionismo. Os países do G20 comprometeram-se a não praticar a desvalorização das suas moedas para fins concorrenciais e a não criar quaisquer outras barreiras proteccionistas até ao final de 2010. A par disso, mantêm-se empenhados na conclusão do ciclo de desenvolvimento de Doha. O reforço dos meios do FMI será acompanhado de uma revisão de quotas da instituição e da reformulação de mandatos e nomeações. Por fim, foi reconhecido o impacto desproporcionado da crise sobre as populações dos países mais pobres o que compele o G20 a apostar num relançamento ecológico sustentável.
Na prática não se prevê nenhuma mudança estrutural no sistema, mas apenas mudanças progressivas. Muitos analistas consideram que o G20 não estará à altura do desafio, uma vez que a cimeira foi incapaz de modificar a relação de forças existente. O comando continua nas mãos dos países centrais. Por exemplo, a dotação financeira a atribuir ao FMI não terá um impacto directo em Portugal. Só os países africanos, da América Latina e do Leste Europeu serão abrangidos por estes fundos. A Europa não vai beneficiar directamente deste pacote de medidas, mas antes indirectamente dada a interdependência internacional, nomeadamente nas questões comerciais. O controlo mais apertado dos “hedge funds”, dos paraísos fiscais e dos salários dos grandes gestores poderá ter um alcance meramente moral. Não são responsáveis pela crise financeira internacional, mas são os alvos mais fáceis de abater. Por isso, espera-se alguma irritação por parte dos actores financeiros mundiais penalizados pelas novas regras.
A volatilidade dos mercados ainda não acabou. Os investidores vão reagir ao primeiro fracasso de alguma das medidas propostas na cimeira. Acresce que os esforços em curso poderão não ser suficientes para relançar a procura. Mas por outro lado, a actuação conjunta dos governos e a sinalização de que não deixarão cair mais nenhuma instituição financeira está a motivar os investidores e analistas de que o pior da crise já passou.
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