2009-09-11

Economia Chinesa

A produção industrial chinesa cresceu a um ritmo mais elevado em Agosto do que o que havia sido previsto pelos economistas consultados pela Bloomberg. Adicionalmente, a concessão de novos empréstimos aumentou inesperadamente, o que leva a acreditar que o crescimento na terceira maior economia do mundo está prestes a acelerar.

A produção nas fábricas chinesas cresceu 12,3% em Agosto face a igual período de 2008, o que traduz o maior aumento da produção industrial dos últimos 12 meses. A concessão de novos empréstimos aumentou para cerca de 60 mil milhões de dólares, face aos 52 mil milhões registados em Julho, de acordo com os dados do banco central.

Após estes dados terem sido divulgados, os títulos chineses valorizaram nos mercados financeiros, reflectindo também o maior ganho do ano nas vendas a retalho. Ao mesmo tempo, o aumento da concessão de crédito poderá criar preocupações relativamente à inflação do preço dos activos. O Vice-presidente do Banco Central da China, alertou ontem para o facto da liquidez poder causar bolhas nos preços das mercadorias, acções e imobiliário.

A recuperação da economia chinesa está a ser conduzida por uma política de estímulos e deverá receber mais apoio para as exportações nos próximos meses. A assim acontecer, vai dar um novo ânimo ao crescimento e vai permitir a retirada dos estímulos mais cedo no próximo ano.

As vendas a retalho cresceram 15,4% em Agosto relativamente a igual período do ano anterior, marginalmente acima da estimativa de 15,3%. Em relação à produção industrial, o aumento registado ficou acima da estimativa de 11,8% efectuada pelos economistas consultados pela Bloomberg. Em relação à concessão de empréstimos, os economistas estavam à espera de uma diminuição para 47 mil milhões de dólares.

2009-09-10

Suntory quer Orangina

A Suntory Holdings está em negociações para adquirir a marca de bebidas europeia Orangina ao Blackstone Group e ao Lion Capital Holdings, com a terceira maior empresa japonesa de bebidas a expandir-se além do mercado doméstico.

A operação avaliada em 2,6 mil milhões de dólares, poderá ficar concluída já nesta semana, de acordo com fontes próximas do assunto citadas pela Bloomberg. Christine Anderson, porta-voz do Blackstone Group, recusou comentar o assunto. No entanto, Aya Takemoto, porta-voz da Suntory, confirmou apenas que estão em negociações para adquirir a marca Orangina sem prestar declarações adicionais.

A compra da marca europeia de bebidas, que anteriormente era detida pela Cadbury Schweppes, iria conferir à Suntory marcas como a Oásis ou a Schweppes entre outras, cujas vendas ascendem a mil milhões de euros, cerca de 1,46 mil milhões de dólares. A Cadbury Schweppes vendeu a sua unidade de refrigerantes ao Blackstone e ao Lion em 2006 por 1,85 mil milhões de euros. A Suntory, que está também em negociações para a fusão com a Kirin, maior fabricante de cerveja do Japão, está a expandir-se para o exterior, à medida que as vendas domésticas de cerveja diminuem e o iene valoriza.

As exportações de cerveja da Kirin, Asahi e outras fabricantes japonesas, caíram 6% para 42,7 milhões de paletes em Agosto, o nível mais baixo desde que se começou a compilar os dados em 1992. A divisa japonesa já valorizou 17% face ao dólar nos últimos 12 meses, o que não é benéfico para as exportações.

2009-09-09

Euro em máximos

O euro segue a valorizar para perto do máximo de nove meses em relação ao dólar, antes de serem divulgados dados económicos em França, que deverão mostrar que a produção industrial francesa cresceu em Julho pelo terceiro mês consecutivo, reforçando a ideia de que a recessão económica no país está a abrandar.

O dólar caiu pelo segundo dia consecutivo face à Libra com base na especulação de que a Reserva Federal norte-americana irão sinalizar hoje que planeiam não aumentar a taxa de juro de referência para a economia do país. Em relação ao iene, a divisa japonesa segue a negociar em mínimos de duas semanas face ao dólar neozelandês antes de ser divulgada a previsão desta semana que mostrará que a confiança dos consumidores na segunda maior economia do mundo cresceu pelo oitavo mês consecutivo, levando os investidores a apostar em activos com maior risco e retorno esperado.

De acordo com Susumu Kato, economista chefe em Tóquio da Calyon Securities, unidade da banca de investimento do Crédito Agrícola, o apetite em incorrer em níveis de risco mais elevados está a voltar e esse motivo explica a valorização do euro. A moeda única da Zona Euro está a negociar perto de 1,45 dólares depois de ontem ter atingido os 1,4535 dólares, o nível mais elevado desde 18 de Dezembro.

O euro aumentou os ganhos de ontem, após os economistas consultados pela Bloomberg terem avançado com uma estimativa de crescimento da produção industrial francesa em 0,4% durante o mês de Julho, após ter crescido 0,3% no mês anterior. Os dados oficiais serão divulgados amanhã pelo Insee, o Instituto de Estatística francês.

2009-09-08

Joint Venture

A Deutsche Telekom e a France Telecom concordaram em fundir as suas unidades de telecomunicações móveis no Reino Unido, que resultará na maior operadora móvel do país.

A Joint Venture terá participações iguais de cada uma das empresas e terá receitas que irão ascender a 9,4 mil milhões de euros para além de resultarem numa poupança de custos superior a 4 mil milhões de euros. Esta nova entidade vai retirar a liderança à O2, da Telefónica, e terá cerca de 28,4 milhões de assinantes, 37% do mercado do Reino Unido, de acordo com os dados referentes ao ano de 2008.

Este negócio vai reduzir o número de operadores móveis no Reino Unido para 4. Para além da O2, as restantes são a Vodafone e a Hutchison Whampoa. O acordo termina ainda com a especulação que durava meses em torno da unidade móvel da Deutsche Telekom no Reino Unido. Era já esperado que resultasse ou na sua venda ou na integração numa joint venture, como foi o caso.

De acordo com analistas que acompanham o negócio de perto, citados pela Bloomberg, a unidade da Deutsche Telekom era demasiado pequena para concorrer num mercado saturado como o do Reino Unido. Por outro lado, as empresas neste sector têm vindo a procurar meios de reduzir custos, já que os seus clientes estão a diminuir os seus gastos em telecomunicações, para fazer face às suas próprias dificuldades.

2009-09-07

Kraft Foods

A Kraft Foods, segunda maior empresa do sector da alimentação, declarou que a Cadbury rejeitou uma proposta no valor de 10,2 milhões de libras para a junção de ambas as empresas, que resultaria num centro global de snacks, confeitaria e refeições rápidas.

A oferta de 300 pences em dinheiro e de 0,2589 acções da nova Kraft Foods por cada acção da Cadbury, avaliavam as acções do fabricante de doces do Reino Unido em 745 pences, representando um prémio de 31% face ao preço de fecho da passada sexta-feira.

De acordo com um analista da Investec Securities, a oferta é competitiva mas a Kraft Foods terá que aumentar a oferta. Este analista tem uma recomendação de manter relativamente aos títulos da Cadbury. No ano passado, diversos analistas consideraram que a Cadbury seria um alvo para a Kraft Foods que em 2007 adquiriu as bolachas do Grupo Danone por 7,8 mil milhões de dólares, tornando-se na maior fabricante de bolachas da Europa. Em Maio, a Cadbury alienou a sua unidade dos refrigerantes Dr. Pepper de modo a focalizar-se nas marcas de confecção como a Dairy Milk e a Wispa.

A Kraft anunciou que a junção de ambas as empresas iria gerar receitas na ordem dos 50 mil milhões de dólares e teriam petencial para poupar 625 milhões de dólares em impostos através de um custo de 1,2 mil milhões de dólares por três anos.

A Kraft Foods diz no mesmo comunicado que está empenhada neste seu plano e pretende manter um diálogo construtivo. As acções da Cadbury sobem 33,80% para 760 pence.

2009-09-04

Especular o Euro

A moeda única europeia prepara-se para registar a segunda perda semanal face ao dólar, face à especulação gerada de que o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, vai reiterar a posição do banco em não aumentar as taxas de juro. No entanto, Trichet revelou ontem que as previsões de crescimento para a economia europeia foram revistas em alta, contribuindo assim para a ligeira recuperação da divisa da Zona Euro, atenuando a perda semanal.

O euro seguia preparado para a quarta semanal face ao Franco Suíço, depois do líder da autoridade monetária da Zona Euro ter referido que a recuperação económica seria instável. Já nos EUA, o dólar negociava perto de mínimos de uma semana face à Libra antes de serem divulgados os dados sobre o emprego.

As novas estimativas para o crescimento da economia europeia, divulgadas ontem, mostraram que o BCE está menos pessimista e estima uma contracção de 4,1%, abaixo do recuo de 4,6% que fazia parte da estimativa anterior efectuada em Junho. As novas expectativas para a inflação foram também revistas em alta, e apontam para uma taxa média de 0,4% para o ano de 2009 e de 1,2% para o próximo ano. Ainda assim, estes valores são considerados aquém do nível de inflação desejado pelo Banco Central, que deve rondar os 2%.

2009-09-03

Demasiado Cedo

Timothy Geithner, Secretário do Tesouro norte-americano, disse que o Grupo dos 20 países mais industrializados tem tido muito sucesso no contributo que tem efectuado de modo a colocar um término à recessão económica. No entanto, adverte que é ainda demasiado cedo para implementar estratégias de retirada das políticas que visam o crescimento económico.

Geithner afirmou que de facto se começamos a assistir aos primeiros dados de recuperação económica, não só nos EUA, mas também em diversos países espalhados pelo mundo. Mas chama a atenção que ainda há um longo caminho a percorrer e que a retirada daquelas políticas podem mesmo comprometer este processo de recuperação.

O Secretário do Tesouro norte-americano proferiu estas afirmações antes de se dirigir para Londres, onde se irá realizar um encontro do G-20, com os ministros das finanças e banqueiros centrais, nos dias 4 e 5 de Setembro. Este encontro constituirá mesmo uma espécie de preparação para a próxima reunião do Grupo que decorrerá no final do mês, onde se discutirão medidas para melhorar a supervisão do sistema financeiro.

Apesar das suas declarações, Geithner considera que neste encontro se pode começar a discutir as formas de cooperação para retirar as políticas de apoio e estímulo à economia, já que é demasiado cedo para o fazer mas não o é para se falar e abordar o assunto.

Os EUA, por sua voz, pretendem ainda discutir um acordo de capital internacional de modo a controlar o montante de endividamento que as instituições financeiras assumem. Assim, determinar-se-ia um padrão para determinar o capital que as instituições necessitariam de manter em reserva para prevenir eventuais perdas.

2009-09-02

Juros na Rússia

O Banco Central da Rússia poderá cortar este mês a taxa de juro de referência pelo sexto mês consecutivo desde que em Abril começou a relaxar a sua política monetária. A especulação está a ser gerada devido ao facto da economia russa ter contraído a um ritmo recorde e a economia encarar uma recuperação lenta.

O Bank Rossii poderá baixar a taxa de refinanciamento em 0,25 pontos percentuais para 10,5% este mês, de acordo com a mediana dos 12 economistas consultados pela Bloomberg. A taxa poderá ainda cair para 10% até ao final do ano, segundo a mesma consulta. A autoridade monetária da Rússia, que não pública os horários para as suas reuniões de decisão da taxa de juro, iniciou os cortes no dia 24 de Abril pela primeira vez desde 2007.

A economia do maior país exportador de energia contraiu a uma taxa recorde de 10,9% no último trimestre após a queda do comércio mundial ter feito diminuir a procura pelas exportações russas de matérias-primas, desde o aço ao petróleo. Até agora, as taxas mais reduzidas têm falhado em revitalizar os fluxos de crédito e o Primeiro-Ministro Vladimir Putim está a encorajar os banqueiros a aumentar a concessão de crédito para ressuscitar a procura doméstica.

Segundo um economista da Goldman Sachs em Moscovo, o Banco Central irá continuar a diminuir a taxa de juro face aos níveis historicamente elevados. Enquanto isso, os bancos centrais na Europa e nos EUA estão a concentrar-se em determinar o momento ideal para o aumento das taxas de juro de modo a compatibilizar com a recuperação e crescimento das economias. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, a OCDE, a economia russa deverá contrair cerca de 6,8% este ano, enquanto que a Zona Euro vai registar uma contracção de 4,8% e de 2,8% dos EUA.

2009-09-01

Automóveis no Japão

A Toyota e a Honda, as duas maiores fabricantes de automóveis do Japão, lideraram o primeiro aumento das vendas de automóveis no país dos últimos 13 meses, com a procura a ser impulsionada pelos incentivos concedidos pelo Governo e pelos novos modelos híbridos.

As vendas de carros, automóveis e autocarros, excluindo os mini-carros, cresceram 2,3% para mais de 198 mil veículos. A Toyota vendeu cerca de 91 mil unidades, um aumento de 9%, excluindo as vendas dos veículos com a marca Lexus. A Honda registou um aumento de 13% das vendas, enquanto que a Nissan, terceira maior fabricante de automóveis do Japão, vendeu menos 1,4% veículos.

As vendas de automóveis reverteram uma tendência que durava há mais de um ano, com os incentivos do Governo a impulsionar as vendas dos modelos híbridos do Prius da Toyota e do Honda Insight. Nesta altura, os fabricantes que apresentem modelos que se qualifiquem para os incentivos governamentais irão beneficiar.

De acordo com o programa que começou em 19 de Junho, os consumidores podem receber um subsídio de 2700 dólares se comprarem um carro elegível em troca de um veículo com mais de 13 anos ou 1080 dólares se devolver nenhum automóvel. Este programa tem efeitos retroactivos para compra de veículos a partir do dia 10 de Abril.

Ainda assim, tendo em conta os meses anteriores, as vendas de automóveis durante o corrente ano fiscal deverão protagonizar o pior registo das três últimas décadas devido à recessão. Os salários caíram pelo décimo quarto mês consecutivo e a taxa de desemprego atingiu o valor recorde de 5,7% em Julho. A associação de fabricantes de automóveis japonesa prevê que as vendas domésticas diminuam 8,5% para 4,3 milhões de unidades no ano que terminará em Março.